Raiza Goulão Para mim, esta primeira vinda para a Europa na temporada, competir na etapa de Nove Mesto na Morave (CZE), era uma das viagens mais esperadas de 2023. Foi logo após o Campeonato Pan-Americano...
Raiza Goulão
Para mim, esta primeira vinda para a Europa na temporada, competir na etapa de Nove Mesto na Morave (CZE), era uma das viagens mais esperadas de 2023. Foi logo após o Campeonato Pan-Americano de MTB XCO, realizado em Congonhas (MG), e os principais desafios eram reencontrar algumas adversárias da América do Norte, que estavam bem fortes, e também conseguir me conectar ao ritmo daqui.
A primeira prova, o Short Track (XCC) de sexta-feira, consegui fazer uma excelente largada e me conectar ao grupo da frente. Depois de alguns ajustes, acabei sentido o ritmo, terminando num tempo próximo da líder, em 33º lugar e 42 segundos atrás da campeã (Laura Stigger). Foi uma ótima resposta do meu corpo, adaptando ao clima.
Ao chegar na República Tcheca, estava bem frio, num clima de chove, não chove. Isso me tirou um pouco da zona de conforto, porque o que estamos acostumados no Brasil é muito diferente. Outra questão foi a logística, em que fora do Brasil temos que nos organizar de maneira diferente.
Após o Short Track, fiz os ajustes finais para a pista do Cross Country Olímpico. Decidi correr com os pneus Kenda Rush na dianteira e o Honey Badger na traseira, que me dera um grip muito bom, com a coroa 32.
Infelizmente, no domingo não consegui me sentir bem conectada. Há momentos em que nosso corpo não responde a expectativa da mente. Final de um ciclo de menstruação, acumulo de cansaço por uma semana de viagem. Tudo isso pode acabar acumulando e fazer diferença. Simplesmente, as pernas não responderam. Essa foi a realidade.
Acabou sendo frustrante terminar o XCO em 61º, porque era uma prova realmente importante. Um primeiro teste contra as melhores ciclistas do mundo. No aquecimento já não estava bem e na largada não consegui me conectar, sendo engolida pelo pelotão. Senti que fiz uma corrida sem largar de verdade. Quando você está lá atrás, aí é outra prova.
No fim, tirei muitos aprendizados. Terminei com a cabeça quente, querendo muito mais. Por isso, vou seguir focada nos treinos. Sei que o ritmo aqui de fora é diferente. Tudo fora do comum para quem fica no Brasil.
Agradeço minha equipe Squadra Oggi, por estar me proporcionando toda essa viagem para eu ter um calendário de provas no exterior. Agradeço também a CBC, por trabalhar com minha equipe, ao nosso mecânico aqui na Europa, o Ricardo Lima. O José Gabriel, parceiro de equipe que me ajudou bastante durante a viagem.
Sigo na Europa, viajando para Andorra, onde tenho prova e também sessões de treinamentos, até a etapa da Suíça da Copa do Mundo. Agradeço a toda torcida do Brasil, de todas as pessoas que me mandam mensagem de incentivo nas redes sociais. Seguirei firme nos treinos.